Presidente da República de Angola coloca primeira pedra no Projecto de Requalificação do Sambizanga

O Presidente da República, Engº José Eduardo dos Santos afirmou ontem, em Luanda que o lançamento da primeira pedra do projecto de requalificação do Sambizanga representa o início de um novo capítulo na história do município.
Falando num encontro com anciãos do município, que testemunharam a cerimónia, José Eduardo dos Santos referiu que a obra a ser erguida “é um mérito de todos os que apoiaram este desejo de mudança para melhor”. Este é um momento que assinala a abertura de um novo capítulo na história do município do Sambizanga em particular e da província de Luanda em geral, frisou o Presidente da República.
O Chefe de Estado felicitou os representantes dos munícipes “porque tudo aquilo não teria sido possível se não houvesse boa compreensão da população” e exemplificou que, se as pessoas estivessem contra e fizessem manifestações a contrariar a iniciativa, nada seria feito, “porque uma pessoa pode ter muito boa vontade, mas se não realizar a vontade da sociedade não consegue nada”.
José Eduardo dos Santos apelou à comunidade local para continuar a apoiar o projecto que vai dignificar o Sambizanga e coloca o município como uma referência, e dê a sua contribuição na construção da nova Angola que está em curso.
“Lançámos a primeira pedra, vimos as imagens bonitas que são desenhos animados. Queremos coisas concretas, casas em que se possa entrar, ruas em que se possa circular e com segurança. Temos que passar essas imagens virtuais para coisas concretas”, frisou.

Novo quadro

O Presidente da República referiu que o antigo mercado do Roque Santeiro não dignificava a convivência social que caracteriza as grandes cidades. Por isso, decidiu-se pela criação de um espaço de trabalho de convivência que se caracterizasse por padrões de uma vida moderna e garantisse o bem-estar social, apesar de algumas incompreensões.
Hoje, frisou, temos um espaço onde estava o mercado diferente. “Os problemas relacionados com marginais e com várias desgraças que aconteciam aqui, com comportamentos indignos, tráfico de todo o tipo, incluindo tráfico de drogas, criminalidade crescente, que não dignificavam ninguém, essa fase passou”. Em relação ao início do projecto, que vai permitir a construção de mais de três mil casas do tipo T3 para alojar 400 mil pessoas, o Chefe de Estado disse tratar-se de “uma grande responsabilidade”, não apenas do Executivo e do partido no poder, mas de quem vive e vai trabalhar na área e está em contacto permanente com as populações que precisam mudar a sua vida para melhor.
Enquanto natural do Sambizanga, José Eduardo dos Santos pediu aos seus contemporâneos que não se desmotivassem, apesar da idade, afirmando que “temos o dever de deixar um legado para as futuras gerações de que nos possamos orgulhar e de que eles também se possam orgulhar sobre o esforço, a dedicação que nós evidenciamos durante toda a nossa vida”.
José Eduardo dos Santos agradeceu as palavras do representante dos munícipes do Sambizanga, pelo seu conteúdo, carinho, amizade e solidariedade, e porque assinalam um momento novo para o município. O Chefe de Estado testemunhou a assinatura dos autos de consignação das quatro empreitadas entre o Ministério do Urbanismo e Construção e os representantes das empresas encarregues de erguer as infra-estruturas internas no perímetro do antigo mercado do Roque Santeiro e arredores.
A primeira fase da empreitada, orçada em 99.031.723 dólares norte-americanos, consistirá na construção de infra-estruturas sociais no perímetro do antigo mercado do Roque Santeiro, ligação rodoviária Miramar/Campo Mário Santiago/Rotunda da Boavista/estrada Lueji Anconda, estações de tratamento de água potável, esgotos e rede de energia eléctrica.
A segunda fase, avaliada em 95.100.000 dólares, consiste na construção de três mil moradias do tipo T3 num período de 12 meses. A terceira, com a duração de 20 meses e um custo de 34.748.755 dólares, consiste na criação de um túnel de três mil metros de comprimento e 16 de largura, partindo da zona do Miramar até São Paulo.
A quarta fase, a ser executada num prazo de 12 meses, com um valor de 21.626.758 dólares, consistirá nos trabalhos de protecção, estabilização e arranjos exteriores, bem como na criação de equipamentos sociais nas encostas da Boavista e Sambizanga.
O projecto prevê a implantação de novas redes de abastecimento de água, de drenagem das águas residuais e pluviais, e de abastecimento de energia. Vão ser igualmente implantadas infra-estruturas médicas, de ensino, culturais, desportivas e recreativas.

Engajamento do Presidente

O ministro do Urbanismo e Construção, Fernando Fonseca, disse na cerimónia que a requalificação urbana do antigo mercado do Roque Santeiro representa a vontade e expressão do engajamento pessoal e muito participativo do Presidente José Eduardo dos Santos na melhoria das condições de habitabilidade e de vida do povo angolano.
De acordo com Fernando Fonseca, o projecto consiste no aproveitamento de espaços livres para a requalificação evolutiva, do tipo “bola de neve”, dando corpo ao plano director de requalificação da zona central de Luanda que se estende ao Cazenga, Viana e Rangel, cujos estudos já se encontram em fase avançada.
Trata-se, frisou, do ensaio de dois modelos de desenvolvimento urbano: as novas urbanizações, a partir de terrenos sem ocupação, por um lado, e o da requalificação urbana da cidade antiga e dos tradicionais musseques, por outro.
O ministro anunciou que vão igualmente ser enquadrados nas empreitadas operários, técnicos e especialistas nacionais, bem como material de construção e equipamento locais, além de outros benefícios para a comunidade que serão agregados durante a fase de construção.

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