Velório de André Mingas domingo na Liga Africana


 Fonte: Jornal de Angola
O corpo do arquitecto, músico e compositor André Mingas, falecido na terça-feira, aos 61 anos, em São Paulo, vítima de cancro, chega no domingo ao país, confirmou, ontem, ao Jornal de Angola, uma fonte do governo provincial de Luanda. 
O velório é no mesmo dia, à tarde e à noite, na Liga Africana, e o funeral realiza-se na segunda-feira, de manhã, no cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda, antecedido de uma missa de corpo presente.
A propósito da morte de André Mingas têm chegado à Redacção do Jornal de Angola várias mensagens.  A do Ministério da Cultura realça que André Mingas foi um homem de cultura e arquitecto de formação, que se dedicou à preservação e valorização da cultura nacional, emprestando todo o saber à divulgação da música angolana no país e no estrangeiro.
“O seu desaparecimento físico empobrece o universo artístico nacional, deixando um grande vazio, só mitigado pelo valor intelectual da sua obra que ficará indelével nos marcos históricos de Angola”, sublinha a mensagem assinada pela ministra Rosa Cruz e Silva.  
A do crítico musical Jomo Fortunato diz que “ousado no seu género, André Mingas deixa uma dor imensa e um vazio irreparável no cenário musical angolano, enquanto ícone incontornável da modernidade estética da música” nacional.
“Cantor e compositor único, pela plasticidade do timbre vocal, André Mingas está na vanguarda da renovação do fraseado da Música Popular Angolana e lutou, até à data da morte, infelizmente prematura, pela internacionalização, efectiva, de um segmento importante da nossa música popular”, frisa o texto.
Jomo Fortunato diz render “eterna homenagem, não só como amigo, companheiro e professor dos artifícios da música, e da arte, na sua generalidade”, mas também por o “ter fortemente influenciado, musicalmente, de forma directa, uma acção que se estende a alguns nomes de cantores paradigmáticos” da música contemporânea angolana.

“Julgo que o melhor tributo à magnitude e alcance estético da sua obra, que se nos afigura intemporal, é dignificar os artistas e a imponente história da Música Popular Angolana”, afirma mensagem, que conclui: “Descansa em paz porque temos a certeza que os teus feitos vão marcar o futuro e prestígio da tradição da nossa música popular”.
A mensagem do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas sublinha que a morte inesperada de André Mingas deixa um vazio na sociedade angolana, em particular na União Nacional dos Artistas e Compositores (Unac).
À Redacção do Jornal de Angola chegaram também mensagens de condolências da União Nacional dos Artistas e Compositores (Unac) das embaixadas de Angola no Botswana, Brasil e na Suécia, Países Nórdicos e Estados Bálticos da Estónia e da Lituânia.
André Mingas, que era cônsul de Angola em São Paulo, desempenhou, entre outros cargos, o de vice-ministro da cultura, assessor do Presidente da República para os Assuntos Locais e Regionais e director Nacional da Massificação Cultural, do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual e da Direcção Nacional de Espectáculos e Direitos de Autor.
A Liga Africana apresenta os mais sentidos pêsames à familia enlutada. Paz à sua alma.

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