quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Doze crianças morrem diariamente no Hospital Pediátrico de Luanda e a situação tende a agravar-se. De facto, só nos últimos seis meses registou-se um aumento de 20% na taxa de mortalidade. Das mais de quatrocentas crianças observadas diariamente, noventa e seis são internadas e doze óbitos são registados, segundo revelam as últimas estatísticas.

A malária continua a ser a principal causa de morte depois das anemias, doenças respiratórias e sub-nutrição como referiu a médica Ermelinda Ferreira que lamenta os dados estatísticos dos últimos meses.
O hospital não tem condições de atender à demanda. Mais de cem pacientes estão numa sala que prevê apenas o internamento de 30 doentes o que obriga a partilha das camas por mais de duas crianças.
A situação deixa agonizada as famílias que acorrem para a única unidade sanitária pediátrica de Luanda em busca da saúde dos seus filhos.
Apesar das dificuldades as enfermeiras garantem tudo fazer para tentar salvar a vida das crianças e recomendam como solução a ampliação das estruturas físicas do hospital pediátrico.
A Direcção da Liga Africana, informada desta realidade, irá fazer uma visita àquela unidade hospitalar no dia 28 de Novembro de 2011 às 10h, com o objectivo de programar acções que venham a minimizar as dificuldades.

Liga Africana
Luanda, 23 de Novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Prémio Nacional de Cultura e Artes - Músicos animam gala dos laureados

Luanda – O corpo de Júri da edição 2011 do Prémio Nacional de Cultura e Artes apresentou nesta sexta-feira, em Luanda, os vencedores das distintas categorias, bem como as respectivas considerações sobre os vencedores no seu relatório final cujas justificativas abaixo se apresentam.

Na categoria de literatura, a escritora Maria Eugénia Neto venceu pela sua contribuição e persistência na valorização da literaturainfanto-juvenil, numa altura em que se procura, cada vez mais, promover o gosto pela leitura, reflexão e espírito critico, sobretudo no seio das novas gerações. De acordo com os júris, Maria Eugénia Neto está entre os precursores deste género em Angola, continuando a dar um laborioso e fecundo contributo, depois da publicação da primeira obra E nas Florestas os Bichos Falaram. O júri considera que a poesia de Maria Eugénia Neto, além de constituir uma saudosa e angustiante evocação da imagem de Agostinho Neto (1º presidente de Angola, e seu esposo), mantém um forte vinculo de intertextualidade com a obra Sagrada Esperança, problematizando aquilo que o social busca problematizar.


Por sua vez, o Ballet Tradicional venceu pelo conjunto da sua obra, pela trajectória de 27 anos ininterruptos, de persistência artística no domínio da dança tradicional e popular recreativa. O júri considera ainda que o grupo mereceu distinção pela divulgação da cultura nacional em certames e festivais internacionais, tendo, em alguns casos, ganho prémios. Considerou-se também a sua forma estrutural de grupo-academia de dança tradicional, e por constituir representações para a divulgação da dança no território nacional, bem como no exterior.
Na disciplina de música, João Morgado, conhecido percussionista com mais de 50 anos de carreira activa, ininterrupta, foi considerado, pelo respeito que granjeia de várias gerações dos centros urbanos de todo o país e além-fronteira.

Os músicos Wiza, Vum-Vum, Té Macedo, Armanda Cunha, Canda, Tiviné, o Colectivo Teatral Etu Lene e a Banda Movimento da Rádio Nacional de Angola, foram convidados a abrilhantar a gala de outorga do Prémio Nacional de Cultura edição 2011.


O júri considera, em seu relatório, que João Morgado é detentor de uma qualidade irrepreensível, assente numa sensibilidade e criativa impar no país. Diz que a síncope rítmica que, até aos dias de hoje marca a cadência do Semba – musica popular angolana – é obra brotada do génio do galardoado.

Na área de cinema e audiovisuais, a Tomas Ferreira, foi-lhe considerado a responsabilidade, abnegação, rigor, seriedade e determinação, tendo em consideração os valores mais supremos da cultura nacional.
“Os trabalhos Stop Sida e Angola Chama-te, ilustram bem a capacidade criativa deste realizador, a pensar Angola sempre com a visão sócio-política e cultural”, considera o relatório do júri. Refere ainda que o realizador usou a televisão de uma forma extraordinária. O júri considera que Tomás Ferreira, ao recorrer a vários géneros, construiu uma simbiose entre factos institucionais e a ficção, criando um entrosamento perfeito entre a técnica e plástica, prestando valioso contributo à valorização da identidade cultural angolana. “É de reconhecer o impacto positivo do magazine Stop Sida e os seus benefícios para a sociedade.

O grupo Vozes de África, da província do Huambo, foi consagrado pelo esforço que tem vindo a desenvolver para manter vivo o teatro na região, transformando-se num caminho incontornável para o De acordo com o júri, a sua regularidade na realização de espectáculos confere-lhe o título de grupo com a segunda maior dinâmica de exibições no país há mais de dez anos. O júri refere que o grupo mostrou competência organizativa ao realizar, pela quarta vez consecutiva, o festival inter-provincial de teatro Vozes de África, o que lhe mereceu o reconhecimento do Ministério da Cultura.

O pintor Mendes Ribeiro venceu pelo elevado valor artístico do conjunto da sua obra, desenvolvido ao longo de 37 anos de carreira, dando um forte contributo ao desenvolvimento das artes em Angola.


Vladimiro Fortuna venceu pela obra Angolanos na Formação dos Estados Unidos da
América (EUA), pela relevância, a pertinência e o interesse que o livro representa para o estudo científico da historiografia angolana sobre o quotidiano da diáspora nesta região do globo.

O júri considera que a publicação pode ser um incentivo e um modelo, para que outros investigadores possam alargar a reflexão e o estudo a outras áreas que reclamam divulgação, visando o enriquecimento da historiografia angolana.
A Liga Africana congratula-se com a excelência desta gala a que teve a honra de ser convidada pelo Ministério da Cultura a assistir, pelo que os membros da sua Direcção agradecem.

O Secretário-geral
 
Nesta gala foi também prestada uma singela e eterna homenagem a JORGE MACEDO, pela sua contribuição ao estudo e valorização da marimba que sua filha Té Macedo executa com mestria. Poeta, ensaista, investigador e etnomusicólogo deixou um legado que marcará decerto, a história da cultura angolana e tem servido de guia para as gerações mais jovens de estudiosos da cultura e da literatura angolana.



A cultura nacional é rica, é boa e nós gostamos !

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tributo ao Dr. João Vieira Lopes - Associação Chá de Caxinde

PERFIL

João Baptista de Castro Vieira Lopes nasceu em Luanda em 1932, onde concluiu o liceu. Em seguida embarcou
para Portugal em 1952 para estudar Medicina. Em terras lusas, foi Presidente da Casa dos Estudantes do Império e dirigiu a famosa “fuga dos 100”.


domingo, 16 de outubro de 2011

Ministra da Cultura rende homenagem a André Mingas

A ministra da Cultura, Rosa e Cruz e Silva, considerou hoje, domingo, em Luanda, que o falecido músico André Mingas vai inspirar à nova geração a preservação dos ritmos angolanos.

Em declarações à Angop, no âmbito do elogio fúnebre de André Mingas, a ministra referiu que o finado deixa, seguramente, um testemunho de artista, sempre na preservação do semba, que é a marca da música popular angolana.

Segundo a ministra, André Mingas foi um "grande" promotor da cultura de Angola, inclusive dirigindo áreas dentro do Ministério da Cultura.


“Ele era um músico com uma sensibilidade fantástica para a poesia, compunha as suas letras e fez um paradigma dentro da música popular angolana, num misto com a tradicional e com a moderna”, disse.

Nascido a 24 de Maio de 1950, André Mingas cresceu no bairro do Cruzeiro, em Luanda, era oriundo de uma família de artistas.


André Mingas foi músico e arquitecto de formação, tendo sido docente universitário em Portugal e Angola. Estudou na Universidade Agostinho Neto e, posteriormente, na Universidade Técnica de Lisboa.

Um dos grandes nomes da música angolana, André Mingas ocupou o cargo de assessor do Presidente da República para os assuntos locais e regionais acumulando, durante alguns anos, com a função de vice-ministro da Cultura de 2002 a 2008.


A música “Esperança” é considerada “uma das virtuosidades do cancioneiro assinada por André Mingas”. Outras canções também merecem destaque no seu percurso artístico, dentre as quais “Tchipalepa” e “Mufete”.





Presidente da República rende homenagem a André Mingas

16-10-2011 12:20

Angop:
Luanda - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, rendeu hoje (domingo), em Luanda, homenagem a André Mingas, falecido terça-feira passada, em São Paulo, Brasil, vítima de doença prolongada.

Acompanhado da esposa, Ana Paula dos Santos, o Chefe de Estado angolano, no átrio principal da Liga de Amizade e Solidariedade para com os Povos, posicionou-se diante da urna, enquanto se ouvia o Hino Nacional.


De seguida apresentou cumprimentos aos membros da família, para depois descrever, no Livro de Condolências, o malogrado como sendo "um homem do bem, inovador, situado no seu tempo e espaço".

André Mingas, segundo ainda José Eduardo dos Santos, era possuidor de um grande espírito patriótico e génio indomináveis.


Também evocou os seus feitos, no domínio da música, da arquitectura, na política e em outras áreas. "O seu legado deve ser preservado e desenvolvido", escreveu o Presidente da República, que aproveitou o momento para exprimir "dor, tristeza e consternação" pelo infausto acontecimento.


O vice-presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, os presidentes da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma, e do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, como outras individualidades, prestaram igualmente tributo.

As homenagens prosseguem no mesmo local até ao funeral, marcado para a manhã de segunda-feira, no Cemitério de "Santa Ana", que será antecedido de uma missa de corpo presente, na Igreja da Sagrada Família.


André Mingas, de 61 anos de idade, músico e compositor, foi, até à morte, secretário do Presidente da República para os Assuntos Locais.

sábado, 15 de outubro de 2011

Jaime de Sousa Araújo - 91º aniversário natalício

Jaime de Sousa Araújo apaga 91 velas.

Considerado uma biblioteca viva e um pilar em que assentam as bases do nacionalismo cultivado pela Liga Nacional Africana, Jaime de Sousa Araújo, tem hoje o carinho dos associados e dirigentes da Liga Africana, herdeira espiritual dos valores cívicos, morais, culturais e patrióticos daquela associação desde o início do século 20.


O corpo directivo da Liga Africana, felicita-o desejando muita saúde e muitos mais anos de vida.









PARABÉNS Vice-Presidente Jaime de Sousa Araújo

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Velório de André Mingas domingo na Liga Africana


 Fonte: Jornal de Angola
O corpo do arquitecto, músico e compositor André Mingas, falecido na terça-feira, aos 61 anos, em São Paulo, vítima de cancro, chega no domingo ao país, confirmou, ontem, ao Jornal de Angola, uma fonte do governo provincial de Luanda. 
O velório é no mesmo dia, à tarde e à noite, na Liga Africana, e o funeral realiza-se na segunda-feira, de manhã, no cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda, antecedido de uma missa de corpo presente.
A propósito da morte de André Mingas têm chegado à Redacção do Jornal de Angola várias mensagens.  A do Ministério da Cultura realça que André Mingas foi um homem de cultura e arquitecto de formação, que se dedicou à preservação e valorização da cultura nacional, emprestando todo o saber à divulgação da música angolana no país e no estrangeiro.
“O seu desaparecimento físico empobrece o universo artístico nacional, deixando um grande vazio, só mitigado pelo valor intelectual da sua obra que ficará indelével nos marcos históricos de Angola”, sublinha a mensagem assinada pela ministra Rosa Cruz e Silva.  
A do crítico musical Jomo Fortunato diz que “ousado no seu género, André Mingas deixa uma dor imensa e um vazio irreparável no cenário musical angolano, enquanto ícone incontornável da modernidade estética da música” nacional.
“Cantor e compositor único, pela plasticidade do timbre vocal, André Mingas está na vanguarda da renovação do fraseado da Música Popular Angolana e lutou, até à data da morte, infelizmente prematura, pela internacionalização, efectiva, de um segmento importante da nossa música popular”, frisa o texto.
Jomo Fortunato diz render “eterna homenagem, não só como amigo, companheiro e professor dos artifícios da música, e da arte, na sua generalidade”, mas também por o “ter fortemente influenciado, musicalmente, de forma directa, uma acção que se estende a alguns nomes de cantores paradigmáticos” da música contemporânea angolana.

“Julgo que o melhor tributo à magnitude e alcance estético da sua obra, que se nos afigura intemporal, é dignificar os artistas e a imponente história da Música Popular Angolana”, afirma mensagem, que conclui: “Descansa em paz porque temos a certeza que os teus feitos vão marcar o futuro e prestígio da tradição da nossa música popular”.
A mensagem do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas sublinha que a morte inesperada de André Mingas deixa um vazio na sociedade angolana, em particular na União Nacional dos Artistas e Compositores (Unac).
À Redacção do Jornal de Angola chegaram também mensagens de condolências da União Nacional dos Artistas e Compositores (Unac) das embaixadas de Angola no Botswana, Brasil e na Suécia, Países Nórdicos e Estados Bálticos da Estónia e da Lituânia.
André Mingas, que era cônsul de Angola em São Paulo, desempenhou, entre outros cargos, o de vice-ministro da cultura, assessor do Presidente da República para os Assuntos Locais e Regionais e director Nacional da Massificação Cultural, do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual e da Direcção Nacional de Espectáculos e Direitos de Autor.
A Liga Africana apresenta os mais sentidos pêsames à familia enlutada. Paz à sua alma.

Comboio da Canhoca ( 2004 ) 87 min | 35 mm/cor Realização: Orlando Fortunato SINOPSE OFICIAL: Angola, Malange, 1957. Consequência de uma ...